segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Construção
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Amou daquela vez
Como se fosse a última
Beijou sua mulher
Como se fosse a última
E cada filho seu
Como se fosse o único
E atravessou a rua
Com seu passo tímido
Subiu a construção
Como se fosse máquina
Ergueu no patamar
Quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo
Num desenho mágico
Seus olhos embotados
De cimento e lágrima
Sentou prá descansar
Como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz
Como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou
Como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou
Como se ouvisse música
E tropeçou no céu
Como se fosse um bêbado
E flutuou no ar
Como se fosse um pássaro
E se acabou no chão
Feito um pacote flácido
Agonizou no meio
Do passeio público
Morreu na contramão
Atrapalhando o tráfego...
Amou daquela vez
Como se fosse o último
Beijou sua mulher
Como se fosse a única
E cada filho seu
Como se fosse o pródigo
E atravessou a rua
Com seu passo bêbado
Subiu a construção
Como se fosse sólido
Ergueu no patamar
Quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo
Num desenho lógico
Seus olhos embotados
De cimento e tráfego
Sentou prá descansar
Como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz
Como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou
Como se fosse máquina
Dançou e gargalhou
Como se fosse o próximo
E tropeçou no céu
Como se ouvisse música
E flutuou no ar
Como se fosse sábado
E se acabou no chão
Feito um pacote tímido
Agonizou no meio
Do passeio náufrago
Morreu na contramão
Atrapalhando o público
...Amou daquela vez
Como se fosse máquina
Beijou sua mulher
Como se fosse lógico
Ergueu no patamar
Quatro paredes flácidas
Sentou prá descansar
Como se fosse um pássaro
E flutuou no ar
Como se fosse um príncipe
E se acabou no chão
Feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão
Atrapalhando o sábado...
Por esse pão prá comer
Por esse chão prá dormir
A certidão prá nascer
E a concessão prá sorrir
Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague...
Pela cachaça de graça
Que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça
Que a gente tem que tossir
Pelo andaimes pingentes
Que a gente tem que cair
Deus lhe pague...
Pela mulher carpideira
Prá nos louvar e cuspir
E pelas moscas bixeiras
A nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira
Que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Teu rosto posto

Sonhei com teu rosto
Sonhei ele ali, posto
ao meu lado, sonho...
Sonho, sonhos...
Ano novo, vida nova
Vida nova, porta aberta
Porta aberta, encostada
Entreaberta a boca calada
Boca à espera
Esperando a palavra
Palavra que traz um beijo
Beijo esperado
Que me cala
Acordei...
Era um sonho...
Mas o gosto ficou guardado
Chega logo, vem mais perto
Deixei entreaberta a porta
À espera de você
Estou meio perdida
Não sei como dizer
Tudo que ensaiei
Aqui tudo tão longe
Você entrou, deu uma espiada e voltou
Quero falar
Minha voz falhou
Como te contar?
Como te encontrar?
No meu olho você lê
Acho que já me entreguei sem querer
Tenho medo, tenho medo
Não quero te perder
Para, pára (eu) , não você vai se perder novamente
Já me perdi, percebi que já é tarde
Quero chegar lá onde o horizonte me leva
Uma montanha lá onde o topo parece tão distante
Pra lá, na montanha parada
Tão difícil acesso
Quero subir, cair e levantar
Chegar ao topo e pensar
Tudo ficou assim tão sério no meu interior
Um relâmpago na escuridão
Você chegou, entrou, espiou e voltou
Se pode acontecer, eu não sei
Pode alguém aparecer e te roubar
Mas agora eu quero que esse sentimento dure a vida inteira
Se você soubesse como é lindo o meu querer
Você não apenas espiaria
Se assim acontecer
Se meu coração disparar
Vem me acalmar

Dois perdidos

Arnaldo Antunes

Composição: Arnaldo Antunes / Dadi

de todas as pessoas que há no mundo
por que justo você?
foi cair na minha frente assim
como um agouro ruim
por que você?
por que você?
entre tantos homens e mulheres
e mulheres homens e homens mulheres
por que você?
será que eu te pedi pra ir embora
você não foi, e agora?
se quando eu te pedi para ficar você ficou.
por que coxas pelos pele seios
cabelos músculos pescoço
por que?
se o mundo é tão imenso e tudo tão distante
todos tão distantes uns dos outros
cada um por si
como é que eu fui cair
de boca aqui?
se tudo fica tão intenso
quando eu penso em você
e eu
vou ter agora e sempre que sofrer
sem nunca poder esquecer
você?
se existem tantos pensamentos possíveis e impossíveis por que só
a sua imagem vem a todo instante me assombrar
assim?
eu quis você sim
mas não assim
eu sei que eu fui a fim, sim,
mas não assim
se o que te impede de sair da minha vida
insiste em te dizer não
e magoar quem te deseja e te quer bem
também não deixa de querer mas nunca vem
pra mim
não quero nada de você
não quero nada de você
só você
de você não quero agora
de você eu quis
você

Futuros Amantes

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Isolado de tudo (o amor)
Por que cantarolando parecia
que a música queria dizer isso (paixão)
Eu tinha que ir atrás depois (Investir!)
Eu tinha que explicar essa cidade submersa
Tinha que criar
Uma história! (Viver o que se está sentindo)
Apareceu a cidade, exatamente antes
de qualquer coisa. (Alguns impedimentos...)
Aí eu coloquei os escafandristas (Ciúmes)
E esse amor adiado (Timidez)
Esse amor que fica pra sempre, né?! (Ilusão)
Essa idéia do amor, essa idéia do amor que existe...
Algo que, pode ser aproveitado mais tarde (Romance)
Se não se desperdiça e passa. O Tempo. Passa-se milênios e aquele amor vai. Ficar até debaixo d'agua? (Dúvidas)
E vai ser usado, por outras pessoas. (o ciclo recomeça, sempre!)
O amor que não foi utilizado, né?!
Porque não foi correspondido, então ele fica ímpar! (Desilusão)
Pairando ali, esperando (Recomeçar...)
Alguém que apanhe e complete a sua função (Pega de surpresa)
De Amor, né?! (Ainda há esperança!)
...


Breve explicar, de como conseguimos ainda ser Românticos!
Você procura o quê?
Você quer o que?
Você anda anda anda
E tudo continua ali
Ali bem a sua frente
E você?
Procura o que?
O verso mais perfeito
Pra quê menina
Pra que???
Você sabe quem é
Só você
E se cansou de tentar
Mostrar ao mundo
Cansada diz
Cansei de procurar o amor
Ele que me encontre...
Cansei de sofrer desnecessariamente
Cansei de brincar com bibêlos
Cansei...
Cansei dessa minha melancolia
Cansei...
Dessa timidez
Cansei...
Desse não
Ou talvez
Cansei...
E o quem sabe então?
Ah...
Deixa menina
Se aquieta
Espera...
O novo ano começou!!!!
E o inferno astral acabou, dizem os astrólogos
Eu queria um punhado
De amor sincero
Quanto custa?
Ah!
Isso é bem caro...
Sabe menina
Isso não tem preço na realidade...
Na janela ela espera
Quem é ela
quem é ela?
Mais Alguém:
Roberta Sá
Composição: Moreno Veloso e Quito Ribeiro

Não sei se é certo pra você
Mas por aqui já deu pra ver
Mesmo espalhados ao redor
Meus passos seguem um rumo só.
E num hotel lá no Japão
Vi o amor vencer o tédio
Por isso a hora é de vibrar
Mais um romance tem remédio
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha.
O amor é um descanso
Quando a gente quer ir lá
Não há perigo no mundo
Que te impeça de chegar.
Caminhando sem receio
Vou brincar no seu jardim
De virada desço o queixo
E rio amarelo.
Agora é hora de vibrar
Mais um romance tem remédio
Vou viajar lá longe tem
O coração de mais alguém.
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha
Não deixe idéia
de não ou talvez
Que talvez atrapalha.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Vida após o circus!!!

Eu não quero sair!
Hoje eu vou ficar quieto
Não adianta insistir
Eu não vou pr'o boteco
Eu não quero sair!...
Eu não quero sair!
Eu não!
Hoje eu vou ficar quieto
Não adianta insistir
Eu não vou pr'o boteco...
Hoje eu não teco, não fumo
Não jogo sinuca
Não pego no taco
Tem muita gente maluca
Me apurrinhando
Enchendo o meu saco
Hoje estou de vara curta
Vou ficar no barraco
O que não falta é tatu
Prá me levar pr'o buraco...
Eu não quero sair!
Eu não quero sair!
Eu não!
Hoje eu vou ficar quieto
Não adianta insistir
Eu não vou pr'o boteco...
Eu não quero sair!
Eu não!
Hoje eu não teco, não fumo
Não jogo sinuca
Não pego no taco
Tem muita gente maluca
Me apurrinhandoEnchendo o meu saco
Hoje estou de vara curta
Vou ficar no barraco
O que não falta é tatu
Prá me levar pr'o buraco...
Conversa fiada, amador Carambola
Espeto é de pau
Em casa de ferreiro
Papagaio que acompanha
João-de-Barro se enrola
Vira ajudante de pedreiro
Eu não quero sair!
Eu não quero sair!
Hoje eu vou ficar quieto
Não adianta insistir
Eu não vou pr'o boteco
Eu não quero sair!...
Hoje eu vou ficar quieto!
Eu não quero sair!
Eu não!
É meu cumpadre vou ficar na minha
No sapatinho
Eu e minha nega, embaixo da cama
só assistindo tv à cabo!
Eu não quero sair!
Eu não!
Hoje eu vou ficar quieto...
Não sou mais morcego
Hoje eu sou passarinho
Farinha pouca
Meu pirão sozinho...
Pequinês que quer
Brincar com pitbull
Pirou de vez
Vira pic-nic de urubu...
Moro lá no Flamengo
Com prédio de fundo
De frente para o morro azul
Vira pic-nic de urubu
Vou pedir prá dona Sula
E um prato de angú
Vira pic-nic de urubu...
Venho lá do gogó da Ema
E não tem problema
Pois não dou mole
Prá ninguém da zona sul
Vira pic-nic de urubu
Eu falei prá vocês!
Vira pic-nic de urubu
Vira pic-nic de urubu...


Pode encher a piscina mas não esvazia a minha bacia!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

E não teremos mais longas madrugadas a fora

E não iremos repartir mais miojos

E não escutaremos mais os nossos discos e cds já gastos

E não iremos mais mencionar essa distância

E não sentiremos mais essa dor que vem à dentro

E não nos reconheceremos nunca mais

E não se aqueceremos para equentar o frio que vem de lá de cima

Lá em cima, longa lombada

grande descida

Não subiremos mais aflitas

Nem andaremos lado a lado

Nem durmiremos mais

Nem conversaremos mais

Nem olharemos mais

Nem discutiremos mais

Nem nada

Agora apenas o vazio do que lá ficou

Do antes disso

Do depois disso

Não sei quem sou.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Nunca viram ninguém triste
Por que não me deixam em paz
E não tem nada de mais
Me deixem bicho acuado
Por um inimigo imaginário
Correndo atrás dos carros
Como um cachorro otário
Me deixem ataque equivocado
Por um falso alarme
Quebrando objetos inúteis
Como quem leva uma topada.
Me deixem amolar e esmurrar A faca cega, cega da paixão
E dar tiros a esmo e ferir o mesmo cego coração.
Não escondam suas crianças
Nem me chamem o síndico
Nem me chamem a polícia
Nem me chamem o hospício, não
Eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim mal ma ma ma ma mal mal nenhum a não ser a mim mesmo
A não ser a mim.

sábado, 1 de dezembro de 2007

"Quando crescer, se ainda houver rancor no seu coração eu estarei te esperando."
A garaganta - órgão frágil e vermelho -
arde lentamente, a ponto de fazer da dor
um leito no qual meus sonhos são mais dolorosos que a garaganta
e ardidos quanto o inferno.
Não sou bom poeta, não sou nem mesmo um poeta miserável.
Nada sei daquilo que digo saber.
Não fui abeçoada pelo oráculo de Delfos.
Amo tanto quanto todos não me amaram.
E nem Delfos olhou para mim com os olhos do futuro
e nem eu quis que ele visse em mim o futuro nos olhos.
Não sou bom poeta. Não sou nada além de vários copos de bebida e uma tormenta de sedução.
Não sou bom poeta.
Temo não ser bom sedutor.
Tenho tantas promessas na cabeça,
que ela às vezes é como um altar
com outras tantas cabeças de cera sobre ele.
Um altar de redimidos e redenções.Sou um mau poeta.
Que pena ter em mim aquele fogo típico dos jovens e aquela tristeza tão típica dos mesmos.
Não quero ser poeta.
Quero descançar burra e burra permanecer na cama
até que a vontade de beber me tire dela,
até que o cansaço de
descansar me jogue dali
em movimentos rápidos e me vista
na minha roupa sempre tão linda
e me coloque um baton. Tudo tão lindo.
A rua vai me levar. Rua sempre leva a algum lugar.
Não existe calçada que não termine em esquina
e esquina que não inicie outra.
Depois de dobrar tantas esquinas e conhecer todas as ruas, medi a vida
e ela andou muito menos do que imaginei
na juventude de achar-me bom poeta.
Fiquei humilde não por caráter, nem por vontade. Fiquei humilde por transtorno.
Medi minha vida em goles de cerveja
e a dureza dos meus músculos na ruindeza de meu sangue - essa raiva Irlandesa que trinca os dentes nunca me deu ressaca.
"Depressa, por favor, é tarde!"
E nem as campainhas tocam
e nem os convites são colocados por baixo da porta!
Será Lázaros que me levará até lá
e será Carontes que me guiará no mar verde dos meus olhos.
Não terei Delfos a cegar defronte a mim,não terei nada que seja a morte.
Só você, com seu xale de frases tão bem-feitas pode me salvar. Com seus versos de beleza reescrita.
Reescreva-me poeta! Não deixe que eu me vá
nas águas verdes dos meus olhos cor de mar...
E ao perceber que nem abril era, nem agosto,voltou o rosto para o lado e adormeceu novamente. (Um pedido a Eliot)
Fernanda Young.

sábado, 24 de novembro de 2007

"To me trancando a cada dia que passa dentro de mim, pelo menos para prevenir uma parte, pra não fugir por inteira!"
Passos incertos em calçados bonitos
Calçadas esburacadas,
Torções, tombos...passos incertos...
Piercing na língua, no tragus, no mamilo direito
Cabelo rocho
Imagem mutante...
imagem de alguém aparentemente segura
Afinal como dizem não é qualquer um... que tem coragem...
Mas afinal isso é coragem?
Não não é preciso coragem para isso tudo...
Coragem é bem mais forte, do que isso apenas
Coragem...
para cada dia continuar a respirar
Coragem...
é seguir em frente, com passos incertos e os pulmões cheios de ar
O ar insiste...
O oxigênio ainda existe.
E o que eu faço com esses restos aqui no chão?
Me diz...
Como se sente? Como se sente? Por estar por sua conta Sem nenhuma direção para casa Como uma completa estranha? Como uma pedra que rola?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Menina, ela mete medo
menina, ela fecha a roda
menina, não tem saída
de cima, de banda ou de lado.
Menina, olhe pra frente
Oh! menina, todo cuidado, não queira dormir no ponto, seguro o jogo, atenção.(De manhã)Menina, a felicidade
é cheia de praça,
é cheia de traça
é cheia de lata
é cheia de graça.
Menina, a felicidade
é cheia de pano
é cheia de peno
é cheia de sino
é cheia de sono
Menina, a felicidade
é cheia de ano
é cheia de Eno
é cheia de hino,
é cheia de ONU.
Menina, a felicidade
é cheia de ané
cheia de ené
cheia de iné
cheia de on
Menina a felicidade
é cheia de aé cheia de e
é cheia de i
é cheia de o
Menina a felicidade
é cheia de a
é cheia de e
é cheia de i
é cheia de o
é cheia de a
é cheia de e
é cheia de i
cheia de a
cheia de e
cheia de i
cheia de o
Tom Zé.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Você é um otimista e tem uma forte tendência em confiar na sorte. Isso é bom para você, já que é imprudente, irresponsável, limitado e não possui nenhum talento. Como não tem competência, sempre arruma uma forma de se desculpar de suas burradas na vida. E sempre põe a culpa nos outros. Mas na verdade você que é incompetente mesmo. Você é um teimoso, ambicioso e metidinho. Na verdade, você é um idiota fracassado. Além do mais, seu conceito de ética e moral é limitado. Você é um puxa-saco, galinha e gosta mesmo é de sacanagem. Quando consegue alguma coisa na vida é sempre de forma obscura.
sei lá ela é tão impactante...
eu sinto uma coisa que vem forte assim
logo que olho, e páro
e penso, repenso... e vejo
uma imagem simples, forte, bonita...
E todos eles se foram...
Eles chegam, se sentem bem, eu os trato bem pois eu também gosto
Mas no final no meio entre latas vazias, sobrou apenas eu
No meio entre cinzas lá estou eu
Dou uma volta na quadra
Volto pra casa, e de lá de longe sei que pensam em mim
Mas eu sempre fico aqui, nem sei bem por onde ir
Não sei se isso tudo aqui é história pra boi durmi
Não sei se é de verdade, apenas sei de mim, sei que o que sou
As vezes o mundo gira, colocando algumas situações novas na nossa vida
Mas isso é tão imbecil, isso tudo que escrevo, seria a "ordem das coisas" e você deve aceitar, se isso lhe cai bem, ou expulsar se isso te encomoda
Não me encomodo, mas sempre sei que no final sobrou apenas eu.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007



Três Machado's
Inocência


Promiscuidade


Diversidade


Fogo


Fogo


Fogo


Cabelo comprido


Barba por fazer


Ambos (as)


"Bah, loiro não eras"


"Bah, loiro não eras"


"Bah, loiro não eras"


Sandália


Tênis


Bota


Style


Style


Style


Regata


Pólo


Blusa


Descontentamento


Descontentamento


Descontentamento


Comida


Bebida


Cigarro


Incompleta


Incompleta


Incompleta


Na orelha


No lábio


Na língua


Auto-destruição


Auto-destruição


Auto-destruição


Alegria


Expressão


Força


Sentimental


Sentimental


Sentimental


Excesso de confiança


Intolerância


Radicalismo


Dor


Dor


Dor"


Pede pra ela"


"Afúúan"


"Ei"


"Trabeceiro"


"Trabeceiro"


"Trabeceiro"


Maria Rita


Interpol


Los Hermanos


Traumas


Traumas


Traumas


Letras


Propaganda


Design


Casos pendentes


Casos pendentes


Casos pendentes


Generosi


Silva


Brum.


(By Xixo.)

sábado, 17 de novembro de 2007

Posso escrever os versos mais tristes esta noite. Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada, e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". O vento da noite gira no céu e canta. Posso escrever os versos mais tristes esta noite. Eu amei-a e por vezes ela também me amou. Em noites como esta tive-a em meus braços. Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito. Ela amou-me, por vezes eu também a amava. Como não ter amado os seus grandes olhos fixos. Posso escrever os versos mais tristes esta noite. Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi. Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela. E o verso cai na alma como no pasto o orvalho. Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la. A noite está estrelada e ela não está comigo. Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo. A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços, a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa, e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Pablo Neruda.
Não te quero senão porque te quero,e de querer-te a não te querer chego,e de esperar-te quando não te espero,passa o meu coração do frio ao fogo.Quero-te só porque a ti te quero,Odeio-te sem fim e odiando te rogo,e a medida do meu amor viajante,é não te ver e amar-te,como um cego.Tal vez consumirá a luz de Janeiro,seu raio cruel meu coração inteiro,roubando-me a chave do sossego,nesta história só eu me morro,e morrerei de amor porque te quero,porque te quero amor,a sangue e fogo.
Pablo Neruda.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Eu ainda vejo esse sorriso, perdido em fotos, em albuns perdidos
Eu ainda olho e acho lindo esse sorriso
Essa pele branca
Sua boca pequena
Mas ele foi pra longe
Ele agora foge, a boca até treme, talvez quem sabe quase o deixando escapar...ah esse sorriso...e as pernas caminham apressadas, fogem dos passos meus.
que culpa tenho eu?
Ainda admiro, e ainda penso...penso...penso...
Se escapasse, talvez me dirias, esquece tudo...
Se escapasse deixasse ele escapar tu te abririas, novamente em um sorriso, ah quanta bobagem...Deixa tudo pra lá!
Vem esquece o resto...
Ah se tu soubesse...
Eu não busco reconcilhiação, eu não busco amizade eterna...
Eu apenas busco... ah pouco importa a minha busca...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Se eu deixar de sofrer
como é que vai ser para me acostumar
Se tudo é carnaval eu não devo chorar
Pois eu preciso me encontrar
Sofrer, também é merecimento
Cada um tem seu momento,
quando a hora é da razão
Alguém vai sambar comigo,
e o nome eu não digo
Guardo tudo no coração.
Se...

A hora da razão.
O ouro afunda no mar
Madeira.....fica por cima
Ostra nasce do lodo
Gerando pérola fina
...Não queria ser o mar
Me bastava a fonte
Muito menos ser a rosa
Simplesmente o espinho
Não queria ser caminho
Porém o atalho
Muito menos ser a chuva
Apenas o orvalho
...Não queria ser o dia
Só alvorada
Muito menos ser o campo
Me bastava o grão
Não queria ser a vida
Porém o momento
Muito menos ser concerto
Apenas a canção..

Os originais do Samba- O Ouro e a Madeira.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.
(Fabrício Carpinejar)

sábado, 10 de novembro de 2007

Eu apenas queria uma conversa, isso era exigência demais?
Eu apenas queria não ter que saber o que fazer, ficar com essa sensação de não saber se saía correndo ou se chegava mais perto, poxa isso era tão ruim. Por que ficamos assim, onde isso começou? De quem é a culpa, eu querendo explicar e você não queria explicações. Eu querendo ser justa, mas o justa pra você era tudo isso, isso tudo era justo, amigos em comum, lugares em comum, vidas em comum... Será que não soube entender? Mais eu penso mais do que tentei... mais do que fiz pra entender, não cabia mais em mim. Eu não sou de ferro, ao contrário, sou de carne, sangue e coração. E agora isso tudo vira poeira, esse tudo que eu pensava que pudesse ser bonito, mas você não crê mais no bonito. O que eu havia de fazer, para te ter novamente?
Tudo se perdeu... Eu não te pedia nada mais nada menos do que, o que é isso, o que eu faço?Você me deu um nó, e agora ficou eu e o nó, nos entrelaçamos tão perfeitamente, agora somos um nó, eu sou um nó, desses bem dados que mal consigo caminhar, passos desalinhados, passos sem chão.
Acho que ainda não posso amar ninguém mesmo.
Se nem mesmo sequer sei cuidar de plantas...
Todas estam secas assim como eu...
Vejam só meu cactos secou... um cactos que é tão simples de ser cuidado... ele está tão seco e duro como estou me tornando...
Ganhei muitas plantas e todas morreram...
Tive amores e assim como as plantas também morreram
Minha mãe me diz espantada:
- Bah filha outra planta sua que secou!
É mãe acho que dei muito sol pra ela, ou quem sabe muita àgua...nunca sei ao cero a medida das coisas... medida dos sentimentos...
MEDIDAS...
NÃO CONSIGO SER METADE...
Gosto de cozinhar e mesmo assim cozinho sem medidas, não gosto das coisas assim
Medidas. Eu sempre acabo pondo um pouquinho mais do que acho necessário, ou um poquinho menos... enfim. Sou assim na vida real, não sei ser meio magoada, não sei ficar meio triste, não sei amar pela metade, não sei medir as palavras. Sou assim, desse jeito assim, não gosto de meias coisas...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

.
"Você sabe que de alguma maneira a coisa esteve ali, bem próxima. Que você podia tê-la tocado. Você poderia tê-la apanhado. No ar, que nem uma fruta. Aí volta o soco. E sem entender, você então pára e pergunta alguma coisa assim: mas de quem foi o erro?

(...)

Você vai perguntar: mas houve o erro? Bem, não sei se a palavra exata é essa, erro. Mas estava ali, tão completamente ali, você me entende? No segundo seguinte, você ia tocá-la, você ia tê-la. Era tão. Tão imediata. Tão agora. Tão já. E não era. Meu Deus, não era. Foi você que errou? Foi você que não soube fazer o movimento correto? O movimento perfeito, tinha que ser um movimento perfeito. Talvez tenha mostrado demasiada ansiedade, eu penso. E a coisa se assustou então. Como se fosse uma coisa madura, à espera de ser colhida. É assim que eu vejo ela, às vezes. Como uma coisa parada, à espera de ser colhida por alguém que é exatamente você.


O erro? Eu dizia, pois é, o erro. Eu penso, se o erro não foi de dentro, mas de fora? Se o erro não foi seu, mas da coisa? Se foi ela quem não soube estar pronta? Que não captou, que não conseguiu captar essa hora exata, perfeita, de estar pronta. Porque assim como o movimento de apanhar deve ser perfeito, deve ser perfeita também a falta de movimento, a aparente falta de movimento do que se deixa apanhar. Você me entende?"
.....
"Não é saudade, porque para mim a vida é dinâmica e nunca lamento o que se perdeu - mas é sem dúvida uma sensação muito clara de que a vida escorre talvez rápida demais e, a cada momento, tudo se perde"


."De repente, sentada no sofá, recordei tristezas, ao lado da mala cheia de defuntos que carrego, meu olfato se aguça. De repente, não mais que de repente, meu olhar se fez cansado, minha tristeza se fez única, igual ao sabor coisas perdidas no tempo, esquecidas, como uma bandeija de morangos mofados"
.....

"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza".
"Oh Deus, como é triste lembrar do bonito que algo ou alguém foram quando esse bonito começa a se deteriorar irremediavelmente"

"Era isso - aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha vida opaca vida com os mesmos olhos atentos que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos"

"Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tempo incapazes de ver uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que recomponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome"


"Há alguns dias, Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus -, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro. Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer - eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom"

"Mudei, embora continue o mesmo. Sei que você compreende"


"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada..."

.....


"E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo. No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido.

."Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas as coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? dolorido-dolorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender melhor"

"A solidão às vezes é tão nítida como uma companhia. Vou me adequando, vou me amoldando. Nem sempre é horrível, às vezes é até bem mansinha. Mas sinto tão estranhamente que o amor acabou"...
"...A gente vai perdendo. Perdendo uma coisa atrás da outra, primeiro, a inocência, tanto fervor. A confiança e a esperança. Os dentes e a paciência, cabelos e casas, dedos e anéis, gentes e pentes – todo um mundo de coisas sumindo no sorvedouro, ô! Meu pai, tantas perdas. Tive alegrias e tive ganhos, quero ser justa porque também ganhei mas hoje ficou sendo o dia da perdição...." (lygia fagundes telles)
Senta aqui que hoje eu quero te falar
Não tem mistério, não, é só teu coração
Que não te deixa amar
Você precisa reagir. Não se entregar assim...
- Como quem nada quer ?
Não há mulher, irmão, que goste desta vida
Ela não quer viver as coisas por você
Me diz, cadê você ai ?E ai, não há sequer um par pra dividir
Senta aqui espera que eu não terminei
Por onde você foi que eu não te vejo mais?
Não há ninguém capaz de ser isto que você quer- Vencer a luta vã e ser o campeão !
Pois se é no não que se descobre de verdade
o que te sobra além das coisas casuais
Me diz se assim está em paz achando que sofrer é amar demais...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Estou com uma dor insuportável
Uma dor que vem aguda
Tomo remédios
Tenho feito quase que direitnho, o que meu médico mandou
É tudo simples apenas alguns cuidados
Medicações de 12 em 12 horas
Muita àgua pra limpar, ah essa é muito importante, preciso me purificar... acho que estou apodrecendo por dentro... acham eles também. Auto destruição em massa me levaram aqui
Não falo só em termos de bons hábitos, mas auto destruição por sofrer quem sabe um pouco mais que as pessoas que passam pela calçada,
Não procuro o drama, apenas falo do que sei de mim
Cálculo Renal
Dizem eles...
Para essa dor eu estou fazendo tratamento
Agora com mais cuidado admito
Pois cheguei ao limite do suportável, ou melhor com certeza ultrapassou o suportável...
Dores da nossa vida, uma dor de cabeça, uma dor nas costas, um cálculo renal, e uma dor que remédios não podem dar conta...a minha vida, quer dor maior do que viver assim? O ar insiste, e as narinas ainda os aceitam, quem sabe um dia os rejeitará, assim como os meus rins fizeram há pouco comigo.
Ah e o meu coração, sempre há um espacinho a ser preenchido... Mas não há ninguém afim de preenche-lo... o meu coração que ainda
pulsa, porque o pulso encontrou uma batida mais forte, pulsa como um pulso sincronizado com um bom e velho rock and roll, é isso ainda o motiva... Mas ele anda cansado.
Sangramentos, sim muitos, fora o regral, muitos; sangro por dentro, não posso amar, o meu amor é tanto que acho que assusto.
O meu amor vem desesperado louco pra ser!
Louco por coisas mais sólidas, o meu amor ainda é raro...
Amo como poucas pessoas, hoje em dia ainda não encontrei, minto talvez tenha encontrado, mas essa ância, essa louca vontade de sermos um corpo só, esse louco amor que carrego no peito assusta quem conheço.
É impossível controlar o movimento e por que tenho que me enquadrar em padrões, por que tenho que ir devagar? ... porque se meu amor é assim, não sei medir amor, existe termômetro pra isso? ... tão pouco me importo ... não sei amar de outro jeito...
Hoje ninguém está mais acustumado, ou quem sabe tenham medo, se estivesse nos seus lugares também teria, é claro que entendo.
Daí acabo por agir mais livre tentando me despreocupar, mas ainda não consigo amar desse jeito... eu tento, to cansada de sofrer.
Como queria sentir aquele amor que a gente só vê em filmes..
Te imagino chegando sempre... mas você nunca chega.
Como em Amelie, ela imagina, e ele vai realmente ao seu encontro... Logo, um filme apenas!
Ou quem sabe te encontro ali na esquina, ou naqueles longos corredores que parecem tão longos que jamais poderei te encontrar, isso por causa do medo de que penses demais, e receba um Não...
Ah! Como é difícil um Não... Ele rasga todos teus sonhos em segundos...
O Talvez?! Acho mais dolorido ainda... espectativas de chegar à nada, isso sempre resumi um talvez...
E no final na ância de te (re) encotrar Amor, me penso a pensar, desistir de te encontar?
Quem sabe se assim num dia em que tudo parece que não se encaixa, onde o dia tem tudo pra dar errado eu te (re) encontro?
Mas saiba minhas mãos estão cansadas. Amor você insiste em escorrer por entre meus dedos...
Acho que não vou mais insistir, pois admito apesar de ser pura emoção, a razão me vem à tona, e vejo quão louca sou.. assim contigo... nossa o amor que tenho a dar e o amor que tanto espero se confundem em solidão, e a solidão, quase me leva a desistência de te (re) encontrar...
Amor...
Será que um dia...
Será que terei a quem dedicar todo esse carinho guardado?
Será que ainda isso tudo vale a pena?
Ou eu que parei nos anos 50?
Ah tantas perguntas, e eu não sei a respostas...
Amor, amor, você sim me leva as raias da loucura.
Existe remédio pra tudo isso?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Não faz disso esse drama, essa dor
É que a sorte é preciso tirar pra ter...
Eu ando pelo mundo prestando atenção
em cores que eu não sei o nome
cores de Almodóvar cores de Frida Kahlo, cores
passeio pelo escuro
eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
e como uma segunda pele, um calo, uma casca,uma cápsula protetora
eu quero chegar antes
pra sinalizar o estar de cada coisa
filtrar seus graus
eu ando pelo mundo divertindo gente
chorando ao telefonee vendo doer a fome nos meninos que têm fome
Pela janela do quarto
pela janela do carro
pela tela, pela janela(quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadradoremoto controle
Eu ando pelo mundo
e os automóveis correm para que?
as crianças correm para onde?
transito entre dois lados de um lado
eu gosto de opostos
exponho o meu modo, me mostro
eu canto pra quem?Pela janela...Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?minha alegria, meu cansaço?meu amor cadê você?eu acordei não tem ninguém ao lado.
(Adriana Calcanhoto-Esquadros.)

domingo, 28 de outubro de 2007

Bom seria se ao invés desse "controle dos fatos" houvesse uma quebra, de vez nessa situação. Uma ação, reação, porra...é difícil não sei mais como agir, acabo assim na minha, não sei se dou oi, ou se viro a cara, mas não tenho motivos pra isso e lá vou ao encontro do sorriso amarelo que recebo, em troca de um oi sincero que lhe entrego. Bata, me morda, puxa meus cabelos, me amarra de vez, cospe na minha cara, enfia teus dedos nos meus olhos, me arranque os pedaços de vez. Porque não aguento mais o silêncio, a ausência, prefiro o caos do que o vazio da espectativa.
Há palavras escritas, teclando teclando vos digo minhas verdades, talvez não sejam as suas. Cada um tem as suas, e isso nada muda, palavras que eu te digo, palavras que tu me diz, nada além de palavras, se não fosse elas... Talvez tenha me perdido nas própias palavras e te perdi, talvez nunca tenha sido nós, como pensavamos, talvez estamos perdendo tempo com toda essa besteira vai saber...Talvez estejas perdendo teu tempo procurando além e além, talvez eu perca meu tempo, sim eu perco tempo, contigo, comigo com eles. Perdemos tempo, ganhamos tempo e nada se fez.Nada mudou ainda há o impacto, mas nos permitimos e se nos permitimos viver isso sejamos realistas, nada disso seria assim se não houvessemos começado, ah sempre me bate esse desespero. Tudo começa com um começo que não existiu, mas exixtiu de certa forma...e agora me pego a pensar por que comecei, por que disse sim, por que me mostrei, por que insisti??? É você tem razão a vontade AGORA é minha. E quando a vontade não é mais minha, me perco. Quando permaneço na minha, surgi novamente você desse jeito me trazendo tudo à tona novamente. E de repente esse teu sorriso me faz esquecer de tudo. E me encanta outra vez. Lá estou eu atrás de respostas, que viram palavras, sim nada passa de palavras, porque nenhum ato acontece, então me destrua de vez, prefiro isso do que o eufemismo das palavras...Ou me traga pra perto se minhas... palavras...te convencerem, de que sim somos duas pessoas com uma louca vontade de ser, e não ser por quê?
Por que não ser?
Ser, livre, feliz, viver...
V-I-V-E-R.

sábado, 27 de outubro de 2007

"Uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros" (C.F.A.)
"Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu deus mas como você me dói de vez em quando"
(Caio Fernando Abreu.)
E essa vontade que não passa?
De comer, de beber, de beijar, de abraçar, de mudar, de sumir, de escapar, de ficar, de sair, de alguém, de festa, de sossego, de chorar, de rir, de aprender, de esquecer, de viver, de morrer, de criar, de gritar...
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAhhhhhhhhh!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Eu... não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só.
Ah muito bom ontem...botando tudo pra fora com los hermanos...literalmente...
Bah essa insonia hoje vai acaba comigo...sei que ela vai longe..
hoje sei lá...depois de espantar os males, quem canta seus males espanta, hoje a realidade volta e na realidade isso tudo é apenas um repé desgraçado e a vontade de ter alguém com quem conversar... mas acho que hoje ninguém quer me ouvir, ninguém quer saber das minha lágrimas solitárias... e eu que sempre estive ali naquelas horas dificeis hoje não tenho nenhum par pra dividir.
Mas um dia o mal vai ter que ter fim.

Quem sabe amanhã.
Talvez segunda.Talvez de tarde.
Quem sabe, meu amor, quanto
tempo é preciso para deixarmos
de Ser?
Talvez às cinco.
Talvez... às dez.
Quantos drinques vou tomar?
Para ser menos Eu
e cada vez mais, mais, mais,
Você.

Agora não pode. Depois me liga
Pra dizer mentiras gentis.
Um cigarro. A noite começa e o dia
fica menos irritante se eu lhe ver.
Quem sabe de nós? Quem pode saber?
Hoje tenho tanta coragem para dar
amanhã, talvez, eu vá sofrer.
Não quero magoar a mim, nem mesmo
a você.

Minhas mãos estão machucadas
tenho alguma coisa para escrever
Talvez na quinta, na quarta é que não.
Na quarta estou chata. Na quarta pareço uma mulher de 40.
Ontem eu vesti jeans, ontem eu estava feliz. Agora estou morta
De sono e vergonha.
Se pudesse eu
telefonava. Para ouvir suas mentiras e
deixar de pensar em mim, em mim, e em você.

Não quero parar.
Entretanto é necessário.
Navegar não. Navegar não. Navegar não.
Esquecer sim, e esquecer de mim esquecendo
você.
E o hoje acabou.
Vá não diga nada é melhor, apenas leve com você aqueles bons momentos que passamos juntos.
Palavras talvez não iram expressar o nosso sentimento, apenas deixe que nossos olhos olhem lá no fundo e substituam as palavras. E com um forte abraço sentido, mas não realizado, você terá a certeza de que jamais irei me esquecer de tí e que sempre estarei aqui como uma grande amiga, te esperando quem sabe no próximo verão...
Se teu beijo pudesse calar tudo
gostaria que estivesse aqui.
Mas se tua impaciência viesse junto
gostaria que fosse para bem longe...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Diante das contas de um rosário
Diante de um terço de pedras pretas.
Dizem que se rezarmos diariamente,
Maria nos assistirá na hora de nossa morte.
É tarde - nem tanto - e eu preciso de idéias.
De uma frase perfeita para explicar o verso.
Mas primeiro, tudo que eu sempre quis,
desde que me acordei de manhã cedo,
era um cigarro.
E dei para justificar um cigarro
com um copo de bebida
ou com um momento sem idéias.
Essa mania doida de ter que ter idéias.
Essa mania doida de pedra de crer que devo
comentar a grande frase.
Induzir sentimentos intensos.
Sou uma chata. Uma chata cheia de manias.
Ainda acredito conquistar corações,
ainda acredito que só sei conquistar corações
tendo idéias. Eu sou a rainha das idéias.
A "Miss coração solitário".
Que na verdade disfarça, teclando teclando,
com dedos que querem cigarros.
Fico bem de negro. É a minha cor.
Todo mundo deveria ter uma.
Aquela que só se empresta a quem amamos.
Já quis ter, um dia, um vestido
de paralelepípedos esvoaçantes.
Agora que, enfim, estou fumando,
gostaria de um drinque e um xale
de contas de rosários.
Sou mesmo uma chata
que adora desculpas do exisitir.
Mas, se quiser, lhe empresto agora
todo o meu negro. Aceita?

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Paqueta...a procura da ilha perdida...minha ilha é aí...

Ah, seu eu aguento ouvir
outro não, quem sabe um talvez
ou um sim
eu mereço enfim
é que eu já sei de cor
qual o quê dos quaise poréns, dos afins, pense bem
ou não pense assim
eu zanguei numa cisma eu sei
tanta birra é pirraça e só
que essa teima era eu não vi
e hesitei, fiz o pior
do amor amuleto que eu fiz
deixei por aí
descuidei dele quase larguei
quis deixar cair(tst tst)Mas não deixei
peguei no ar
e hoje eu sei
sem você sou pá furada
Ai! Não me deixe aqui
o sereno dói
eu sei, me perdi
mas eu só me acho em ti
Que desfeita, intriga, o ó!
Um capricho essa rixa; e maldo imbróglio que quiproquó
e disso,bem, fez-se esse nó
e desse engodo eu vi luzir
de longe o teu farol
minha ilha perdida aí
o meu pôr do sol

Gata, moleque, ninfa.

Gata, moleque, ninfa,
mina boa de chinfra
Que tem a mesma cor
De um luar minguante,
mercúrio flamejante
É frio o teu ardor...
Vou ter compreensão soltar você da mão
Onde nunca pousou o teu coração
Gata nova não pára, me arranhou a cara
E meu sujou o chão
Moleque atrevidinho me deu um sorrisinho
E me deixou na mão...
Vou ter compreensão, soltar você da mão
Onde nunca pousou o teu coração
Ninfa boa de chinfra, filha do Papa Bórgia
Retorna a tua corja
Não beberei teu vinho, cheio de veneninho
Nem teu carinho vou ter mais...
Vou ter mais paciência, o amor é experiência, Que de cobaia cansei de me imolar
Vou ter compreensão, soltar você da mão,Onde nunca pousou o teu coração.
A loucura é a imensa vontade de viver entre o sonho e a realidade...
"Devíamos poder preparar os nossos sonhos com os artistas, as suas composições. Com a matéria sútil da noite e da nossa alma, devíamos poder construir essas pequenas obras-primas incomunicáveis, que, ainda menos que a rosa, duram apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e logo se apagam sem outro vestígio que a nossa memória."
(Cecília Meireles)
Uma foto 3x4
Seu rosto estampado
No verso uma escrita
Promessas que ficaram
"Pra que você nunca se esqueça de mim"
Existe tanto espaço em mim, e tudo volta a tona
O reencontro, a amizade
Mas aqui dentro sabemos que é diferente.
Na luz do dia todas as coisas vão me perder
Como eu te perdi...

domingo, 21 de outubro de 2007

Um tempo para as nossas fantasias

No último domingo, como todos os gaúchos, adiantei uma hora o meu relógio. Mas não precisaria ser uma hora: 48 minutos bastariam. Isso porque o meu relógio está, e já há bastante tempo, adiantado 12 minutos. É um bom relógio, um Cássio barato, que cumpre diligentemente suas funções: tão bem, quero crer, quanto o Rolex de Luciano Huck, arrebatado ao apresentador num assalto, e com a óbvia vantagem de que assaltante nenhum se incomodaria por causa de um objeto tão modesto.
Mas, perguntarão a vocês, por que o relógio está adiantado? Bem, porque tempos atrás, e justamente numa dessas trocas de horário, eu sem querer o adiantei e nunca corrigi o equívoco: o relógio continua adiantado. E, pelo que tenho observado, não sou único. Há pesoas que gostam de adiantar o relógio. Pergunta: por quê? Qual a motivação para essa insólita atitude?
Na verdade, não sei bem. Mas tenho uma explicação, resultante da vida de correria que todos levamos. Quando olhamos para um relógio que está adiantado ( e estamos sempre olhando o relógio), a nossa primeira reação é de susto: Deus, já são nove horas! Depois vem um pequeno alívio: não, não são nove horas, ainda faltam 12 minutos, é o meu relógio que está adiantado.
Ou seja: relógio adiantado serve para isso, para dar-nos a sensação, a ilusão de que ainda temos tempo. Pouco tempo, mas algum tempo de qualquer modo. Diante da vida, somos como criança a quem a mãe acorda para ir ao colégio e que, sonolenta, implora:
"Só mais cinco minutinhos, mãe." é o que sempre estamos pedindo a este implacável algoz que é o tempo: mais cinco minutinhos, mais doze minutinhos, mais uns diazinhos, mais uma semaninha, mais um aninho. Somos postergadores crônicos, dispostos a adiar o mais possível os prazos que precisamos cumprir. Amanhã eu decido que vestibular vou fazer. Amanhã decido se vou casar contigo. Amanhã decido o que fazer da vida, agora que estou desempregado.
Claro, no horário de verão, não é bem isso que acontece. No horário de verão não estamos dando tempo ao tempo, estamos emprestando tempo ao tempo. O horário de verão faz com que, naquela noite, durmamos uma hora a menos (deve ser uma das razões pelas quais a mudança é agendada para o final de semana). E é um emprestimo que cobraremos: quando terminar o verão, recuperaremos essa hora, esse empréstimo. Infelizmente sem juros: o tempo não aceita, como os bancos, depósito a prazo fixo, ainda que tempo, como dizem os americanos, seja dinheiro. Empréstimo similar fizemos quando viajamos para o Exterior, em função de fuso horário. Indo para a Europa, por exemplo, perderemos algumas horas de sono, as quais recuperamos quando voltamos. Muita gente já teve a idéia de fazer essa viagem, que nos dá horas adicionais, de forma constante, pelo resto da vida. Passaríamos a morar num avião, com todos os problemas que isso acarreta, mas o tempo nunca passaria, ao contrário, cada vez nos sobrariam mais horas, e mais dias e mais anos. A imortalidade de que fala o lema da ABL deve ser uma coisa parecida.
As pessoas que adiantam o relógio são felizes. Foi a invenção deste providencial objeto que permitiu a ilusão. No tempo da ampulheta, do relógio de areia (ou de água), não havia como fazer qualquer adiantamento. E isso mostra que a vida tem suas compensações. O relógio pode ser até uma coisa estressante, um instrumento de tortura. Mas, com um pouco de imaginação, ele nos ajuda a fabricar fantasias. E fantasia é uma coisa importante. A cada dia deveríamos separar um intervalo de tempo para as nossas fantasias. Sugiro doze minutinhos...
( Moacyr Scliar) Zero hora de domingo...

Um toque.

Um toque me acorda
Um toque que toca no celular
Seu toque ainda me toca.
A cada tic e tac do relógio me pego a pensar
no toque que toca, mas nada mais está em seu lugar.
Distantes estamos
Apenas o que nos une é um toque
Mas sim sabemos que aqui dentro o toque é mais forte e parece que jamais parou,
o toque não pára de tocar.
Atender ou não à tudo que aqui dentro explode, entregar-se ou não à esse toque tão doce?
...esse texto foi escrito em 27-03-07...
"A condição não se cura mas o medo da condição é curável."

Então sentou-se para descansar e em breve fazia de conta...Faz de conta que fiava com fios de ouro as sensações, faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos, faz de conta que uma veia não se abrira e faz de conta que dela não estava em silêncio alvíssimo escorrendo sangue escarlate, e que ela não estivesse pálida de morte mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade, precisava no meio do faz de conta falar a verdade de predra opaca para que contrastasse com o faz de conta verde-cinitilante, faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não precisava morrer de saudade, faz de conta que ela não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam e ela não sabia desfazer o fino fio frio, faz de conta que ela era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos, faz de conta que tudo o que ela tinha não era faz de conta, faz de conta que se descontraía o peito e uma luz douradíssima e leve a guiava por uma floresta de açudes mudos e de tranqüilas mortalidades, faz de conta que ela não era lunar, faz de conta que ela não estava chorando por dentro-pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado;mas nada dizível em palavras escritas ou faladas.A noite que não vinha, não vinha, que era impossível. E o seu amor que agora era impossível- que era seco como a febre de quem não transpira, era amor sem ópio nem morfina. E "e eu te amo" era uma farpa que não se podia tirar com uma pinça.

sábado, 20 de outubro de 2007

O Velho E O MoçoLos Hermanos
Composição: Rodrigo Amarante
Deixo tudo assim
nao me importo em ver
a idade em mim
ouço o que convem
eu gosto é do gasto
sei do incomodo e ela tem razão quando vem dizer
que eu preciso simde todo o cuidado
e se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar
o que eu fiz
quem então agora eu seria
ahh tanto faz
e o que nao foi nao é
eu sei que ainda vou voltar
mas eu quem será?
deixo tudo assimnao me acanho em ver
vaidade em mim
eu digo o que condiz
eu gosto é do estrago
sei do escandalo e eles tem razão quando vem dizer
que eu nao sei medir
nem tempo e nem medo
e se eu for o primeiro a prever e poder
desistir do que for da errado
ahhh olha se nao sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim
dispenso a previsão
ahhh se o que eu sou
é tambem o que eu escolhi ser
aceito a condição
vou levando assim
que o acaso é amigodo meu coração
quando falo comigo
quando eu sei ouvir...
Ninguém sabe o peso que sinto
Medo de ir além
Medo de não ir a lugar nenhum
Medo de desistir
Medo de magoar e de ser magoada
Medo, medo, medo...
A realidade assusta
Sonhos transitórios
Passos sem rumo
Ela que tem medo do imprevisto
É por isso que não insiste
Se tudo o mais esta por conta do acaso
Ela não tem nada de inteiro
Tanto peso a sufoca
Não sendo ela nada
Perdoa tudo
A irresponsabilidade
A falta de jeito
O sufoco, a solidão, o desamor.
Só não perdoa a vida que lhe é roubada
Ela se tornou amarga
Mas de uma infantilidade
Tem muito pranto guardado
E um riso fácil derramado
Sua mais perfeita máscara.
Incompleta alheia
Figurando-a diária:
É a própia falta de perspectivas
De possibilidades
A vontade é um poço escuro e fundo
Vazia como uma poça d água
Parasita rouba dela mesma a esperança
Do que poderia ter sido e quer voltar
A ser o que vê
A vida diante dela
Mas tem esse ar de desencanto


larik.

A Outra Los Hermanos

Paz, eu quero paz
Já me cansei de ser a ultima a saber de ti
se todo mundo sabe quem te faz chegar mais tarde
eu já cansei de imaginar você com ela
diz pra mim
se vale a pena amor
a gente ria tanto desses nossos desencontros
mas você passou do ponto
e agora eu já não sei mais
eu quero paz
quero dançar com outro par
pra variar amor
não dá mas pra fingir que ainda não vi
as cicatrizes que ela fez
se dessa vez ela é
senhora desse amor
pois vá embora por favor
que não demora pra essa dor
sangrar...
Ando tentando me esconder em qualquer lugar até mesmo dentro de mim
Ando tentando fugir das coisas reais e dos sentimentos que me levam a agir assim meio sem graça meio desdobrante
Não falo das coisas que sinto
Já me feri e tenho muito medo admito
mas sabe tá tudo tão claro, mais claro se ficar é capaz de ofuscar a visão não tenho planos eternos apenas queria viver o hoje, o agora...bah sei lá o q realmente sinto sabe...nessas horas é a gente contra a gnte mesmo...nínguém muda nada...ou pode ajudar...Nada em relação a drogas essas coisas, to tranquila....meu problema sou eu...mas não quero ser problema na vida de nínguém, apenas sinto saudade de pessoas que assim como tu tiveram um importante papel..e quando acordo a realidae é outra essas pessoas passaram..deixaram pegadas...e o vento levou..