terça-feira, 4 de dezembro de 2007

E não teremos mais longas madrugadas a fora

E não iremos repartir mais miojos

E não escutaremos mais os nossos discos e cds já gastos

E não iremos mais mencionar essa distância

E não sentiremos mais essa dor que vem à dentro

E não nos reconheceremos nunca mais

E não se aqueceremos para equentar o frio que vem de lá de cima

Lá em cima, longa lombada

grande descida

Não subiremos mais aflitas

Nem andaremos lado a lado

Nem durmiremos mais

Nem conversaremos mais

Nem olharemos mais

Nem discutiremos mais

Nem nada

Agora apenas o vazio do que lá ficou

Do antes disso

Do depois disso

Não sei quem sou.

Um comentário:

-~- disse...

talvez seja essa a única vantagem da dor. A vantagem de gerar textos ótimos.