sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Quarta, eram vinte oito dias do mês de maio...
Chuva, uma chuva calma que caia e uma descoberta a ser revelada, o inesquecivel se fez presente, onde a timidez e a insegurança de se perder novamente vagava em pensamentos entre o sim e o não.
Não disse nem que sim nem que não, quando ví já beijava aquela boca embaixo de um guarda-chuva pra proteger da fria brisa que caía, quando ví já havia me perdido.
Já estava tão dentro e me via ali, ao mesmo tempo em que os dias passavam e pareciam anos.
Todo mundo já sabia do que eu queria.
Pensava sobre a eternidade porque o sempre sempre acaba, e pra eternidade ficou, ficou o carinho e admiração que tenho, e hoje em dia depois de ter derramado algumas lágrimas e ter curado algumas mágoas entendo que não tenho mais porque lutar.
A não ser por esse novo começo que se faz presente assim tão involuntário...
As coisas vão acontecendo sem o mínimo controle!
Já tive relacionamentos que se baseavam muito mais em palavras escritas do que em atos, sorrisos sinceros, mas o olho no olho se fazia ainda presente, a vontade de voltar o tempo, mas não podia, e o que somos é o que admitimos ser, o tempo rasgando os sonhos, e aquele tempo não existiu, havia o medo e ele me fez perder tudo.
Admitir que está com medo faz perder as coisas raras da vida, agindo impulsivamente por não querer perder fui perdendo.
Eu te apertava em meus braços como se para nunca quisesse largar você, mas uns dos braços se soltou. Involuntáriamente.
Quando eu te conheci eu estava mais perdida que nunca, porque todo mundo confundia meu caminho, mas você chegou e me fez acreditar em tudo aquilo, veio me fazer sentido.
O tempo rasgando os sonhos e o medo nos afastando, o medo de se perder, nús perdemos.
Achava que o verdadeiro amor era aquele que havia dentro da cabeça do que em algum papel que contaria essa história.
Você me pos na boca um vício, de seu beijos, de seu corpo junto ao meu.
Foram duros dias onde a insônia se fez presente, e a tua ausência doía como uma físgada no membro que perdia, e pensava no próximo instante pra recuperar o sol e aquecer de novo. Fazia frio, um inverno sem vinho, sem fondie, sem forninho, um inverno seco e frio permaneceu.
Você me acustumou com sua presença, com a voz suave e ao mesmo tempo intensa no telefone que dava um tesão sem igual, as suas aparições do nada que me faziam tão bem. Me acustumei com o tocar do interfone, aos sábados, em que recebia com a mesa posta depois de longas viagens dando a cara a tapa pra conquistar o espaço necessário.
E por vezes pedi a você que soubesse dizer o que vivíamos em palavras, para reviver aquela coisa que eu tinha antes. Pedi desculpas, e agora são as mesmas palavras que de longe me confortam então peço a todo o tempo que pudesse ver o seu sorriso, para comparar com aquele que não saía da lembrança.
Eu só queria que você estivesse comigo aqui, sentada naquela mesma sacada, fechando o vidro pra chuva não entrar, e o frio ficar do lado de fora enquanto me esquenta com seus abraços apertados. Ao invés de torcer para receber ao menos um toque no telefone, mas eu passo frio, e vejo cenas de fotos de um passado na tela do computador enquanto a chuva cai logo ali atrás na janela.
Saio correndo dentro da chuva atrás de você, e te pergunto se esse líquido no rosto são lágrimas ou chuva? As lágrimas tem o mesmo sabor da chuva e escorrem descontroladas... E você olha para meu rosto enxarcado e com firmeza me diz que é preciso recomeçar.
Que aquele tempo já passou, que tudo dentro de você pulsa mas você desconhece o sentido, prefere se perder outra vez, mas se perdendo quem sabe me reencontrará nos braços de uma pessoa que não é mais eu, mas volta e meia te faz (re)pensar.

Te amo mais que tudo, espero você com carinho.
Rezaria se soubesse ainda rezar, para pedir que os anos passem logo e eu possa estar com você todo o tempo de novo...

Sinto Saudades, e a dor é só minha e de mais ninguém.

(EU...)